quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Eternos... - Por Alessandro




Temos este poder. O poder de dar significado ás pessoas que amamos. O poder de tirá-las do meio da multidão e ajudá-las fraternalmente.”
Gabriel Chalita



Pessoas, complexas, paranóicas e paradoxas. Talvez não haja algo maior, pessoas que são retiradas do meio da multidão e ganham sentido, sentido real, perto do sagrado.

Falo de duas vidas que vieram me encontrar no meio do caminho, que não viram o externo, mas conseguiram enxergar no mais profundo silêncio, algo em que confiar.

Estamos livres, mas sozinhos
Diz à canção que teimo em tentar interpretar sem falhas para que o Complexo não pegue no meu pé, mas o que mais me chama atenção é sua dedicação com seu sonho, de fazer o que lhe dá real alegria nessa vida. Complexo se diz uma pessoa sem dons, o que fielmente teimo em dizer que é besteira. Com determinada maestria, Complexo consegue tirar de seu instrumento as notas das canções que um dia nos fizeram pensar: “Por que estamos aqui"? “Há sentido em toda a dor que vivemos"? “Pessoas são importantes” “Hoje a gente pode chorar, mas não vamos desistir de viver”. As qualidades do Complexo se mostram para nós quando menos esperamos, em um momento de silêncio sua voz quebra o hiato das vozes e nos presenteia com aquilo que necessitamos ouvir.
O Complexo ainda se perde em seus próprios questionamentos, acha de modo firme que a vida não o sorriu, acha que a chance de viver o sonho nunca foi real. Gostaria de dizer pra ele que “os sonhos são o espelho da alma que se ele duvida disso que ande pelas ruas e se não encontrar uma pessoa se quer que tenha um sonho, desista de fazer o que ama, mas se um olhar sincero lhe disser que dentro dele há uma vontade... Vá! Esse mundo é feito de esperança, tudo o que já foi feito nas nossas eras foi criado a partir de uma centelha de esperança, VOCÊ é feito de esperança, nada pode tirar isso de você... só você mesmo”.
Complexo guarda em si o dom do conselho, aquela sabedoria que vem dos Céus, porque almeja incessantemente estar em ligação com o Sagrado, procura seu Deus em cada ato, em cada nota que possa a criar ou não, se perde em seu “universo” criando formas e mais formas de louvar seu Criador, talvez isso me chame atenção... Complexo junta em si mesmo aquilo que ama fazer com aquilo que dá razão a sua existência. Bem-sucedido, não deixa que tudo o que conquistou tome o lugar daquilo que o mantêm de pé: Sua fé.
Acredita, num mundo em que as pessoas perdem a fé em si mesma, que existe algo maior, que rege e governa nossas vidas. Complexo, como sua própria natureza nos mostra, parece ser ao mesmo tempo simples como a canção que diz “eu desabo quando me calo”. E realmente desabo quando me calo para ouvir as palavras de Complexo, que me trazem a realidade, que me diz que não adianta ser verborrágico, pois a essência de ser sábio reside no falar o necessário. Necessário. Essa talvez seja a palavra de defina o Complexo na minha vida, pois como irmão, tenho a singela idéia que existir reside no outro, e cada vez que vejo Complexo mais tenho certeza... Grande pessoa... Grande esperança... Ele é a extensão daquilo que não tenho em mim, mas que nos mantêm unidos por teias invisíveis.


Senhor, o que queres de mim?”
Essa é a pergunta de paranóico a cada dia, se perde em questionamentos, razões e incertezas na vida que o cerca. Paranóico é elétrico, não para um segundo, tem lampejos de idéias tão quanto pode piscar seus olhos, ainda assim me admiro como consegue fazer mais de três coisas ao mesmo tempo sem perder o foco. Paranóico tem o dom da caridade, sem olhar a quem, faz o que pode e o que não pode pra ver seus amados felizes, doa, compra, liga e manda mensagem, está presente mesmo estando longe. Paranóico diz a si mesmo que tem que estar presente, fazer parte da vida de seus amados... E o faz... Grandemente. Você não esquece paranóico nunca, nem quando dorme, ele cerca sua vida de tal forma que cada coisa que vê vai remeter á sua imagem meio adulta, meio criança. Ele tem a essência daquela criança que nossos anos fizeram por retrair, com o peso das responsabilidades, mas ele guarda a energia do riso, da piada, do descompromisso.
Não há compromisso de paranóico nos ligar, mas liga, nem de mandar mensagem, mas manda. Perdido no seu universo de duvidas, questionamentos e verdades, o paranóico mostra sua “paranóia” de ser presente, de estar junto. Sempre digo que “o mais importante nessa vida não é estar perto, é estar junto”, e ele o faz com perfeição, junto em cada momento paranóico mantêm leve qualquer fardo que possamos levar. “Onde você estiver estarei, esperando que esteja me esperando também, e saiba que sim, eu sou seu amigo, pra sempre amigo
Essa é a frase que vem á minha cabeça quando penso em paranóico, vou com ele aonde for como for, pra que quer que for, pois paranóico teve a coragem de olhar e “enxergar” o que havia em mim. Ele ainda insiste em dizer que vê Deus em todos os meus atos, que consegue enxergar uma ponta divina nas frestas da minha imperfeição. Paranóico e ligado em tudo o que acontece no mundo, vê e entende cada coisa que não tenho o dom de acompanhar, divaga pela economia, fala do mercado financeiro e ainda insiste em torcer pelo velho time do Litoral. Família é tradução de paranóico, por essa qualidade me sinto abraçado pela sua família e paranóico me corrige em cada vez que insisto em chamá-lo de amigo, franze o cenho e diz sério olhando em meus olhos “Você é meu irmão”.
Paranóico, é risada, brincadeira, acima de tudo cerca seus amados com a responsabilidade de um pai, mais coração que razão, paranóico primeiro age depois pensa, e isso o faz tão especial, tão sagrado diante meus olhos. Ele também é a síntese daquilo que não tenho em mim, mas as teias invisíveis continuam trabalhando e nos mantendo conectados.


Quero cantar o que vivo, quero viver o canto
Paradoxo não nasceu pra este mundo, rápido conectado, inconsistente como as relações que se findam e recomeçam a cada dia. Paradoxo ainda tem seus laços no passado onde você valia pelo o que você era, e não pelo o que tem.
Não entende a “liquidez” das relações que evapora com o calor das paixões, onde tudo o que pode ser prometido pode ser deixado num instante pra outro. Vai à contrapartida do “quero viver o presente”, pois crê firmemente que razão de sermos quem somos hoje está ligada a quem fomos antes, nas sementes que plantamos. Não acredita na superficialidade das relações “quem vê o outro deve vê-lo inteiro, ainda como parte de si”. Rigoroso, faz a acepção de pessoas, daquelas que podem e não podem rodear seus dias, mas neste pensamento peca no maior mandamento “Amai uns aos outros como eu vos amei”. Paradoxo é verborrágico, fala pelos cotovelos, se indigna, revolta com aqueles que diminuem os outros por tentarem mostrar os seus dons. Vai à via contrária das opiniões, questiona qualquer modismo, não compreende como as pessoas podem hoje ser importantes e amanhã, descartáveis.
Paradoxo, antes de acreditar em si, prefere ter sua fé nas pessoas, julga seu bem mais importante, as pessoas que o cercam, que talvez não sejam muitas, mas exageradamente especiais. Nega sua inteligência em cada ato, esconde qualquer dom que possa fazê-lo em algum momento singular. Não tem os olhos ávidos por reconhecimento, ainda prefere passar despercebido no meio da multidão. Articulado, consegue falar de tudo e de todos, mas a coisa mais difícil é falar de si mesmo. Sente saudade “daquilo que ainda não viu”, ainda, cria um universo artificial e tenta se isolar da maldade humana, nesta sua fuga, refugia dentro de si mesmo onde as canções que louvam um Grande Rei o fazem acreditar que um dia toda dor cessará e não haverá caídos pelo caminho. Que nem a noite poderá dizer aos aflitos, que os sonhos se findam no cair da madrugada. Sonha e sonha mais embalado nas canções, chora a perda daquilo que já se foi, daqueles que crê radicalmente que não morreram, apenas foram devolvidos ao seu Criador. “A razão de existir reside no outro”, por isso se mantêm ligado ao Complexo e ao Paranóico, nas piadas, brincadeiras e projetos inacabados, reza em silêncio que percebam o quanto são importantes, parte indelével de sua existência.
Eternos... Três existências que foram tiradas do meio da multidão e ganharam significado, “a teia invisível” talvez seja aquele homem que mesmo simples e pobre se tornou Rei, que mesmo sendo Deus, não o foi quando Seu Pai o entregou em sacrifício. Que mostrou que ainda que o Salvador fosse imolado, Seu sangue fosse aspergido pra que os pecados fossem espiados, a esperança sempre vencerá o medo.
Essas pessoas com qualidades expressamente diversas, existências singularmente preciosas, desafiarão o tempo e o espaço porque mesmo que se findem suas vidas a memória vai permanecer, se um se for, o outro sempre se lembrará da existência que um dia floreou sua vida com a alegria, com coragem, sabedoria, e doação.
A eternidade está posta naquele silêncio que permeia, Complexo, Paranóico e Paradoxo, e um olhando pro rosto do outro a nítida verdade não é dita, mas paira sobre suas cabeças “tu não morrerás jamais”.
Gabriel Marcel, filósofo disse que “as pessoas que são retiradas da multidão e ganham sentido” devem ser olhadas nos olhos e nesse olhar deve se traduzir o “tu não morrerás jamais”, pois na verdade nem o tempo poderá apagar a memória dos três irmãos, ligados pela teia invisível do Grande Rei, são vidas distintas, mas singularmente semelhantes.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O Complexo, o Paradoxo e o Paranóico.

Era uma vez três porquinhos... três? Poderia ser mais, muito mais, mas esse numeral está de bom tamanho.
O complexo tinha numerosos talentos, mas a vida não lhe sorriu. Tentou por diversas vezes fazer o que gosta, mas isso, nos dias de hoje é clichê, pois todos gostam da mesma coisa monetária, por sua vez achou melhor se fechar numa casinha de palha.
O paradoxo estava cansado de tentar ser a verdade, e não se dava conta de que a verdade não deveria “ser”, e sim “ter”. Tinha tudo, e não tinha nada, pois contradizendo a estatística foi em busca de conhecimento. Inteligente achou melhor se refugiar numa casa de pau.
O paranóico acordou, em suma verdade ele nem se quer dormiu, não se vê com talentos, não se sente inteligente, nem se quer quer viver, e nem sabe se está vivo. Ora, despertou com um telefonema de alerta e fez ligação de amor, porém, atraiu desconfiança, em meio a correria diária ele se sente num mar de melancolia e monotonia, tinha tudo para se trancar numa casa de tijolos, porém, está diante de uma folha em branco tentando descrever o que sente, tentando resumir em linhas a sua vida... O seu desânimo. Sim, ele estava inquieto na sua cama e resolveu gritar!
Buscarei algo no passado: Maria (virgem santa) por sua vez exclamou: “Eis-me aqui Senhor! Sou tua serva!” Isso ocorreu (eu creio!) no dia em que se deparou com uma gravidez sem o ato sexual. José (patrono) refletiu: “Minha futura esposa está grávida e se diz virgem. Como vou andar de cabeça erguida? Em verdade, eu acredito e seguirei em frente, estarei junto a ela pro que der e vier.”
Que baita loucura, ou melhor dizendo, que fé! Jesus (Cristo = O messias) viveu sua vida sob olhares desconfiados e na hora de sua morte disse: “Pai, seja feito a sua vontade!”
No cotidiano shakespeariano: "Crer ou não crer, eis a questão... Sendo assim, quem sois vós para questionar algo? Quem sois vós para desanimar diante de tudo? Quem sois vós para não ter fé?
Credes no pai? Credes no filho? Ou credes no espírito santo? Melhor dizendo: CREDES EM VÓS?
O que une o complexo, o paradoxo e o paranóico é algo puro e verdadeiro, é a inquietude da alma: “Senhor o que queres de mim? Qual a sua vontade?”
Viver?
Não sei... Mas seguirei em frente!

domingo, 2 de janeiro de 2011

Porque Cantar pra Deus - Por Alessandro

"Quem levará a arca?? Quem subirá no Monte do Senhor, para O adorar? Eu levarei a Arca... Subirei no Monte Santo do Senhor para Adorá-lo”.



Porque Cantar pra Deus?
Porque eu preciso dar Glória a todo o momento. Não somente pela minha vida, mas pelas vidas das pessoas que me cercam... Até por aqueles que não me cercam.
Preciso ser uma voz, que vai juntando com outras e fazemos um coro... Gritando pela misericórdia divina. E ela vai nos alcançar.
Porque tudo o que eu vivi até esse momento me levou a tomar essa decisão, e mesmo que seja árdua e difícil vou poder contar com duas pessoas especiais nos momentos difíceis...
Canto pra Deus por que com isso sei que posso dizer que há sentido, pra continuar, pois é uma causa maior do que eu. Canto porque sempre disse que “O homem precisa crer em alguma coisa que enobreça a sua alma, que faça seus dias sublimes”.
Canto porque tenho que me "Vestir com o amor, que é o laço da perfeição". Mas não o amor mortal, mas o amor que vem do Pai, que com toda Sua sabedoria, não pode ser menos que perfeito.
Canto porque neste momento sei que Ele me ouve, e mesmo sendo falho consigo tocar, nem que seja por um segundo na sua perfeição.
Não será fácil adorar o meu Rei, mas não posso desistir muito antes de tentar, e nem depois disso.
A música abaixo reflete essa mensagem:





 
"Vai ficar ou vai correr, vai salvar ou esquecer?"
 Rosa de Saron

Alessandro (Kbeça)